Agradecimento

domingo, 13 de abril de 2014

O jogador Muricy Ramalho

Após a vitória do São Paulo por 3 a 0 sobre o CSA, pela Copa do Brasil, o técnico Muricy Ramalho concedeu uma entrevista coletiva e deu uma declaração no mínimo curiosa. Garantiu que quando era jogador profissional, era muito melhor que Luis Fabiano, Alexandre Pato, Paulo Henrique Ganso e Osvaldo, seus atuais comandados e parceiros de ataque no Tricolor.

A afirmação gerou uma enorme discussão na mídia e nas redes sociais. Todos conhecem a vitoriosa carreira de Muricy como técnico, mas poucos tiveram a oportunidade de vê-lo como atleta. Segundo o ex-goleiro Valdir Perez, o ex-lateral esquerdo Gilberto Sorriso e o ex-ponta esquerda Paraná, jogadores que atuaram ao seu lado, a declaração está correta.

Muricy tinha como principal característica a habilidade. Era um meio-campista driblador, rápido e de muita técnica, sendo apontado pela imprensa paulista como mais um dos “sucessores de Pelé”. Começou a carreira no São Paulo, onde atuou de 1973 a 1979, fez 181 partidas e 26 gols. Foi treinado por José Poy e Rubens Minelli e jogou ao lado de nomes como Pedro Rocha e Chicão.

Em 1971, treinou pela primeira vez entre os profissionais, mas só fez a sua partida de estreia dois anos depois, em um amistoso. Sua segunda partida foi também sua estreia em jogos oficiais, pelo Campeonato Brasileiro de 73. No ano seguinte, não teve muitas chances na equipe. Em 1975, estourou e foi um dos principais jogadores na conquista do Campeonato Paulista, sendo considerado a revelação do torneio.

Chegou a ser cotado para a seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo de 78, na Argentina, mas foi prejudicado por uma séria lesão no joelho direito que o deixou mais de um ano sem atuar, voltando ao campo somente alguns dias antes do início da Copa. Por causa dessa contusão, ficou de fora de toda a campanha do título do Campeonato Brasileiro de 77.

Em 1979, muitos já o consideravam acabado para o futebol, mas ainda teve gás para ser transferido para o Puebla, do México, onde teve tempo de virar ídolo, fazer 154 jogos e 48 gols, além de conquistar o Campeonato Mexicano de 1983. Infelizmente, mais uma série de contusões o forçaram a se aposentar em 1985, aos 30 anos.

Em comparação aos atacantes, Muricy leva vantagem só sobre Osvaldo, que fez 51 gols até agora.  Responsáveis pelas finalizações, Alexandre Pato tem 106 gols e Luis Fabiano 331. Com relação a Paulo Henrique Ganso, Muricy vence nos números, já que o atual camisa dez do Tricolor fez apenas 42 gols ate aqui.

Porém, futebol não se resume somente a números. A qualidade de cada um precisa ser analisada, e a resposta de Muricy promove uma discussão. O atual treinador teria espaço no ataque Tricolor?

Segue o link de um vídeo de Muricy Ramalho atuando como jogador:


Um grande abraço.
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Carvalho Neto, 27 anos, escreve nesse espaço todas as segundas-feiras.Texto extraído da minha coluna na SPNet (www.saopaulofc.com.br)

domingo, 6 de abril de 2014

As cotas de TV e o mercado de transferências

Em 2011, os grandes clubes brasileiros renovaram com a Rede Globo, os contratos relativos aos direitos de transmissão pelo Campeonato Brasileiro no período de 2012 a 2015. Naquela ocasião, os valores deram um verdadeiro salto. Todas as equipes tiveram um aumento de mais de 100% em relação ao anterior. Com o caixa cheio, os clubes inflacionaram o mercado de transferências.

Salários exorbitantes foram oferecidos para atletas que estão longe de serem estrelas do futebol. Jogadores como Rafael Sóbis, Diego Tardelli, Dedé, Kléber Gladiador, Guerreiro, Émerson Sheik, Barcos, Valdívia, Leandro Damião, Elano e Zé Roberto recebem entre 300 e 600 mil reais mensais. Alguns vencimentos ultrapassam até os de jogadores mais qualificados que jogam no futebol europeu.

Em 2014, com os caixas já vazios, os clubes encontraram enormes dificuldades para manter estes grandes valores, e buscar novos reforços. O resultado foi um mercado de transferências fraquíssimo. A maior parte das contratações vieram de empréstimos gratuitos ou trocas entre clubes, onde até parte do salário foi dividida.

A partir de 2016, as equipes receberão valores ainda maiores aos já recebidos atualmente, e um novo mercado de transferências se inflacionará. Flamengo e Corinthians passarão de R$ 110 milhões para R$ 170 milhões. São Paulo de R$ 80 milhões para R$ 110 milhões. Vasco e Palmeiras de R$ 70 milhões para R$ 100 milhões. Santos de R$ 60 milhões para R$ 80 milhões. Atlético-MG, Cruzeiro, Grêmio, Inter, Fluminense e Botafogo de R$ 45 milhões para R$ 60 milhões. Outros integrantes da Série A de R$ 27 milhões para R$ 35 milhões.


Com isso, um enorme abismo financeiro afastará Flamengo e Corinthians aos demais clubes. Estaremos nos aproximando de uma “espanholização” do futebol brasileiro?

Um grande abraço.
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Carvalho Neto, 27 anos, escreve nesse espaço todas as segundas-feiras.Texto extraído da minha coluna na SPNet (www.saopaulofc.com.br)